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Acólito

Antigamente, o serviço do altar na Santa Missa era feito pelos “meninos do coro”: meninos adolescentes que participavam do coro das igrejas, daí o termo “coroinha”; eles recitavam as orações e acompanhavam o sacerdote nas funções litúrgicas (cantar, servir ao altar…). Quando a Missa era rezada em latim, por exemplo, o povo não respondia às orações, apenas o coroinha é que recitava as respostas.

Hoje, porém, o termo ACÓLITO, ao invés de coroinha, vem sendo mais utilizado, por ser mais abrangente e exato.

 

A palavra ACÓLITO vem do grego, através do latim acolythu, que significa acompanhador, ou seja, o que acompanha e ajuda o sacerdote na celebração da Santa Missa e nos ministérios do altar. 

 

Podemos então dizer que o acólito, desde o princípio até ao fim da missa, acompanha, ajuda e serve o próprio Jesus. Ele não o vê com os seus olhos; mas a fé ensina-o. Um verdadeiro acólito vai descobrindo isto cada vez mais. Se um acólito não o descobre, corre o risco de se cansar de ser acólito. Mas se o descobre e acredita nisso, então vai desejar sempre ser escolhido para acólito, em cada domingo, a cada Missa.

Podemos dizer que Jesus foi o primeiro de todos os acólitos, pois disse um dia estas palavras: Eu estou no meio de vós como quem serve. Ora, o acólito, quer seja instituído, quer seja não instituído, é e deve ser cada vez mais alguém que gosta de servir a Deus e aos seus irmãos, a começar pelos que moram em sua casa e com os que com ele convivem mais de perto, e também na liturgia.

Padroeiro dos Acólitos e Coroinhas

Tarcísio

 

Era um jovem acólito, com 12 anos de idade, que viveu no Século III, durante as perseguições aos cristãos decretadas por Valeriano, um implacável inimigo de Cristo. A cada dia, partindo secretamente das catacumbas, onde os cristãos então se reuniam para a Santa Missa, um diácono era enviado às prisões, para levar a Eucaristia aos cristãos que estavam condenados à morte.

 

Um dia, não havendo diáconos disponíveis, incumbiram o jovem Tarcísio da tarefa de levar a comunhão aos prisioneiros. Estando a caminho, na Via Ápia, Tarcísio foi encontrado por alguns jovens pagãos, seus conhecidos, que instaram-no a juntar-se a eles, em seus jogos e brincadeiras.

 

Recusado o convite, a turba que cercava Tarcísio notou que ele trazia algo escondido em suas mãos. Um deles, que sabia da sua condição de cristão, juntamente com outros, curiosos por conhecer os 'mistérios' cristãos, aglomeraram-se em torno de Tarcísio e passaram a maltratá-lo com fúria, para que ele lhes mostrasse o que carregava nas mãos.

 

Como lhes negasse a mostrar o que carregava, foi brutalmente espancado e apedrejado. Caído por força das agressões sofridas, velando ainda o Tesouro que trazia nas mãos, foi socorrido por um soldado cristão, que passava pelo local, que dispersou a multidão e levou-o, quase morto, de volta à catacumba de onde tinha partido. Não resistindo aos graves ferimentos sofridos, Tarcísio morreu no caminho.

 

Seu corpo foi sepultado nas Catacumbas de São Calisto, e suas relíquias estão hoje custodiadas na Basílica de São Silvestre, em Roma.

Sobre este jovem mártir, o Papa São Dâmaso deixou-nos estas palavras:

 

"Leitor que lê estas linhas: convém recordar que o mérito de Tarcísio é muito semelhante ao do diácono Santo Estêvão, aos quais quer honrar este momento. Santo Estêvão foi morto sob uma tempestade de pedras pelos inimigos de Cristo, aos quais exortava a se tornarem melhores. Tarcísio, enquanto levava o sacramento de Cristo, foi surpreendido por uns ímpios que tentaram arrebatar seu tesouro para profaná-lo. Preferiu morrer e ser martitizado, que entregar aos porcos raivosos a Eucaristia, que contém a Carne Divina de Cristo".

 

Por sua fé heroica, São Tarcísio é patrono dos jovens acólitos que servem no altar (os coroinhas) e sempre será um exemplo de coragem e devoção, um alento para aqueles que, desde a sua juventude, sofrem as agruras de serem perseguidos por sua fé.

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